Dois Compartimentos
O tabernáculo era composto
de dois compartimentos, separados por uma cortina ou véu. Todo o mobiliário do
tabernáculo era feito de ouro maciço, ou recoberto de ouro. As cortinas do
tabernáculo tinham variedade de cores, em belíssimo arranjo, e nestas cortinas
foram trabalhados, com fios de ouro e prata, querubins, que deviam representar
o exército angelical, que se acha relacionada com o trabalho do santuário
celestial e que são anjos ministradores aos santos na Terra.
Além do segundo véu estava
colocada a arca do testemunho, e uma cortina bela e rica estendia-se diante da
arca sagrada. Esta cortina não alcançava o topo da construção. A glória de
Deus, que estava sobre o propiciatório, podia ser vista de ambos os
compartimentos, mas em menor grau do primeiro.
Diretamente defronte a arca,
porém separado por uma cortina, estava o altar de ouro, de incenso. O fogo
sobre este altar fora aceso pelo próprio Senhor, e era conservado
religiosamente, alimentado com santo incenso, o qual enchia o santuário com uma
nuvem fragrante, dia e noite. Esta
fragrância se estendia por quilômetros ao redor do tabernáculo. Quando o
sacerdote oferecia o incenso diante do Senhor, olhava para o propiciatório.
Muito embora não pudesse vê-lo, sabia que ele ali estava, e enquanto o incenso
subia qual nuvem, a glória do Senhor descia sobre o propiciatório e enchia o
santíssimo. Era visível no lugar santo, e freqüentemente enchia ambos os
compartimentos, de modo que o sacerdote era incapaz de oficiar e obrigava-se a
permanecer à porta do tabernáculo.
O sacerdote, no lugar santo,
dirigindo pela fé sua oração ao propiciatório, ao qual não podia ver,
representa o povo de Deus dirigindo suas orações a Cristo diante do
propiciatório no santuário celestial. Eles não podem ver seu Mediador com a
vista natural mas, com os olhos da fé, vêem a Cristo diante do propiciatório,
dirigem-Lhe suas orações e confiantemente reclamam os benefícios de Sua
mediação.
Estes sagrados
compartimentos não possuíam janelas para admitir luz. O castiçal, feito de
puríssimo ouro, era conservado ardendo noite e dia, e proporcionava luz a ambos
os compartimentos. A luz das lâmpadas do castiçal refletia sobre as tábuas
chapeadas de ouro dos lados do edifício, sobre os sagrados móveis e sobre as
cortinas de belas cores com querubins trabalhados com fios de ouro e prata, e a
cena era gloriosa e indescritível. Nenhuma linguagem pode descrever a beleza, a
graça, e a santa glória que estes compartimentos apresentavam. O ouro do
santuário refletia as cores das cortinas, semelhantes às diferentes cores do
arco-íris.
Somente uma vez por anos podia o sumo
sacerdote entrar no lugar santíssimo, depois de muito cuidadoso e solene
preparo. Nenhuma vista mortal, que não a do sumo Sacerdote,
podia olhar à sagrada grandeza deste compartimento, porque era o lugar especial
de habitação da visível glória de Deus. O sumo sacerdote sempre entrava
tremente, enquanto o povo aguardava seu retorno com solene silêncio. Seus
ferventes desejos eram para Deus, em busca de Sua bênção. Diante do
propiciatório Deus Se comunicava com o sumo sacerdote. Se ele permanecia tempo
incomum no santíssimo, o povo ficava muitas vezes terrificado, temendo que, por
causa de seus pecados ou algum pecado do sacerdote, a glória do Senhor o
tivesse fulminado. Mas quando o sonido das campainhas de suas vestes era
ouvido, ficavam grandemente aliviados. Ele então saía e abençoava o povo.
Depois que o trabalho do tabernáculo se
concluiu, "então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do
Senhor encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da congregação,
porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o
tabernáculo". Êxodo 40:34 e 35. Pois "a nuvem do Senhor estava de dia
sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de
toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas". Êxodo 40:38.
O tabernáculo fora construído de modo a
poder ser desmontado e levado com eles em todas as suas jornadas.
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