quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

39 ( História da Redenção) - Pedro Liberto da Prisão - Parte 1




   Herodes era prosélito professo da fé judaica e, aparentemente, muito zeloso em efetuar as cerimônias da lei. O governo da Judéia estava em suas mãos, sujeito a Cláudio, imperador romano, mantendo também o cargo de tetrarca da Galiléia. Estava desejoso de obter o apoio dos judeus, esperando assim confirmar seus cargos e honra. Portanto, realizava os desejos dos judeus, em perseguir a igreja de Cristo. Começou sua obra por pilhar as casas e os bens dos crentes e prendendo os membros principais. Aprisionou Tiago e lançou-o na prisão, e mandou um algoz matá-lo à espada, assim como o outro Herodes fizera com que o profeta João fosse decapitado. Vendo que os judeus se agradavam muito com seus atos, tornou-se ousado, e prendeu também a Pedro. Foi durante o sagrado período da páscoa que tais crueldades foram praticadas. 

    O povo aplaudiu o ato de Herodes em causar a morte de Tiago, embora muitos se queixassem da maneira reservada pela qual foi ele realizado, afirmando que uma execução pública teria de maneira mais completa intimidado todos os crentes e simpatizantes. Herodes, portanto, conservou Pedro em custódia, com o propósito de agradar os judeus pelO     espetáculo público de sua morte. Sugeriu-se, porém, ao governador que não seria seguro trazer o veterano apóstolo para a execução perante todo o povo reunido em Jerusalém para a páscoa. Receava-se que sua venerável aparência pudesse despertar a compaixão e respeito deles; também temiam que ele fizesse um daqueles poderosos apelos que tinham freqüentemente incitado o povo a estudar a vida e o caráter de Jesus Cristo, os quais, com toda a sua astúcia, tinham sido incapazes de contradizer. Neste caso, os judeus temiam que seu livramento seria exigido das mãos do rei. 

    Enquanto, sob vários pretextos, a execução de Pedro estava sendo retardada para depois da páscoa, a igreja de Cristo teve tempo para examinar profundamente o coração e orar com fervor. Vigorosas petições, lágrimas e jejuns se misturavam. Oravam sem descanso por Pedro; achavam que ele não podia ser tirado do serviço cristão; e compreendiam que tinham chegado até a um ponto em que, sem a ajuda especial de Deus, a igreja de Cristo seria extinta. 

    O dia para a execução de Pedro foi finalmente marcado, mas ainda as orações dos crentes ascendiam ao Céu. Enquanto todas as suas energias e simpatias eram suscitadas em fervorosos apelos, anjos de Deus estavam a vigiar o apóstolo prisioneiro. Os extremos do homem são a oportunidade de Deus. Pedro foi colocado entre dois soldados, ligado por duas correntes, cada uma presa ao pulso de um dos guardas. Não podia, por isso, mover-se sem o seu conhecimento. As portas da prisão estavam seguramente fechadas e uma forte guarda estava diante delas. Toda possibilidade de livramento ou escape por meios humanos, estava excluída. 

    O apóstolo não se intimidou por sua situação. Desde sua reafirmação após sua negação de Cristo, ele tinha  afrontado corajosamente o perigo e manifestado nobreza e ousadia em pregar o crucificado, ressurreto e assunto Salvador. Cria ter chegado o tempo em que devia depor sua vida por amor de Cristo. 


    Na noite anterior a sua decretada execução, Pedro, em cadeias, dormia entre os dois soldados, como era comum. Herodes, lembrando o escape de Pedro e João da prisão, para onde foram recolhidos por causa de sua fé, tomou dessa vez precauções dobradas. Os soldados em guarda, para assegurar uma vigilância estrita, foram feitos responsáveis pela custódia do prisioneiro. Ele estava encerrado, como tem sido descrito, em uma cela cavada na rocha, cujas portas tinham fortes ferrolhos e barras. Dezesseis homens foram escalados para guardar a cela, revezando-se a intervalos regulares. Grupos de quatro vigiavam de cada vez. Mas os ferrolhos e barras e a guarda romana, que eficazmente removiam toda possibilidade de auxílio humano, não deveriam senão tornar mais completa a vitória de Deus no livramento de Pedro. Herodes estava a levantar a mão contra a Onipotência e deveria ser totalmente humilhado e derrotado em sua tentativa de tirar a vida do servo de Deus. 

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